segunda-feira, 30 de março de 2015

Francisco Braga Sobrinho e a Arte de Fotografar.

Fatos e Fotos que Fizeram a História de Esperança

 Foto de Francisco Braga Sobrinho (Chico Braga) - década de 60
Foto de Francisco Braga Sobrinho (Chico Braga) Fazendo Registro de Fatos em Esperança.

Fotografar, antes de ser profissão, é uma arte. Certo fotógrafo profissional procurou definir a arte de fotografar, dizendo: "Resolvi tecer em luzes uma imensidão de cores e texturas; para tal empunhei meu equipamento e vislumbrei um mundo mágico de possibilidades: o pássaro alimentando seus filhotes no ninho, o gato "banhando-se" na tarde ensolarada, as árvores bailando ao som do vento,os trilhos com seu frio metal por onde passa a Maria Fumaça, as águas tranquilas da lagoa cristalina, as nuvens desenhadas no azul do céu e o sol se pondo no horizonte. Após levantamento das pedras coletadas, separei umas, guardei outras, desperdicei algumas. as que sobraram lapidei com calma, ousadia, sensatez e habilidade. Desta forma produzi lindas joias, obras de arte cravadas em papel; a esta dei o nome de FOTOGRAFIA.

Depois que li o texto, imaginei que Francisco Braga Sobrinho, mais conhecido no nosso meio social esperancense como "Chico Braga" tivera feito a mesma coisa, senão, coisas parecidas, no começo de vida profissional, como fotógrafo, em Esperança. Não quero dizer que a sua profissão começou em Esperança, pois, a sua arte de fotografar veio do berço. Tinha olhos para enxergar o que muitos não viam, aperfeiçoar sorrisos, tirar rugas, colocar brilho nos penteados e fazer o encache certo, preciso, quando mirava tudo que queria fotografar .

Chico Braga chegou a Esperança nos idos anos 50, como quem tivera encontrado os objetivos de sua vida. Casou, constituiu família. Desse fato, surgiu, naturalmente, a família "Braga Brandão". Passou a ser uma pessoa das mais conhecidas em todo o município de Esperança, fotografando festas de casamento, batizados, solenidades cívicas, e, aos domingos, no Estadio José Ramalho, registrando, espontaneamente, as apresentações do América.  Acredito que Chico Braga unia o últil ao agradável. Em outras palavras, posso dizer: Juntava o prazer de fotografar à utilidade da fotografia. Para êle, o exercício de uma profissão/arte, e, para os fotografados, uma recordação inapagável.

segunda-feira, 23 de março de 2015

Fusca, o Carro da Boemia na Década de 60.


Fatos e Fotos que Fizeram a História de Esperança
 Foto da Fábrica a Primeira Fábrica de Automóveis do Brasil - 1959

Didí de Lita e seu Fusca em Esperança- década de 60

Existem fatos no Brasil que se tornaram inesquecíveis e ficaram para a história. O desenvolvimento da industria no Brasil, encantou os brasileiros, principalmente os boêmios. 

Vejam bem! Em 23 de março de 1953, exatamente há 62 anos, com um capital inicial de 60 milhões de cruzeiros, VW fundou sua filial brasileira. em novembro de 1957 estavam prontas as suas instalações no município paulista de São Bernardo do Campo. Com a produção média de oito unidades por dia, no mesmo ano a VW lançou o seu primeiro veículo no Brasil: a Kombi. Seu nome deriva de "combinado", isto é, veículo que combina transporte de passageiro s e carga. Tinha grande capacidade interna de carga (810Kg, mais tarde elevada, de acordo com os aumentos de potência de seu motor), pequena distancia entre eixos, duas amplas portas laterais e uma porta traseira que dava acesso a uma espécie de porta-malas sobre a plataforma do motor. Na primeira foto acima, uma amostragem da primeira fábrica de fusca no Brasil. Nessa época, os carros eram pretos.

Esse evento tomou conta do Brasil, atingido todas as classes sociais. A fusca popularizou-se, a ponto de se transformar no carro para todos os fins, viajar, passear, conduzir a família e fazer deslocamento para o trabalho, isso nas grandes cidades. 

Nas pequenas cidades, a exemplo de Esperança, os boêmios faziam tudo para adquirir um fusca, pois era o carro do ano. Didi de Lita o boêmio maior de nossa cidade não podia fazer as suas travessuras de boêmio, sem um fusca. Valia apena posar para uma foto junto de seu fusca. Era o orgulho de ter um fusca, não apenas um carro. Carros outros existiam da Ford e Chevrolet, mas o fusca era o carro que caia bem para a boemia. Quem viveu aquela época, sabe o prazer que se tinha de possuir um fusca. Saudosa memória!

quinta-feira, 19 de março de 2015

José Ramalho da Costa - Prefeito em Exercício no Ano de 1960.

Fatos e Fotos que Fizeram a História de Esperança

Cópia da Ata de Transmissão de Poder a José Ramalho


Um fato histórico que muita gente de Esperança tomou conhecimento, porém, não se lembra mais.
Esse é um fato ocorrido no dia 03 de março de 1960, completando justamente 55 anos.
Arlindo Delgado, prefeito recém-eleito, viaja ao Rio de Janeiro para tratar de assuntos de interesse do município, para dar vez e chance ao vice prefeito tomar posse posse e administrar o município por algum tempo.

A solenidade de transmissão do poder municipal aconteceu no salão nobre da Prefeitura, contando com a presença de pessoas da sociedade esperancense, políticos e autoridades daquela época. Estavam presentes, além do prefeito e do vice, o Secretário Geral da Prefeitura, o professor José Nivaldo, o padre Manoel Palmeira da Rocha e o deputado estadual Francisco Souto Neto, bem como, os vereadores eleitos: Antonio Nogueira dos Santos, exercendo o cargo de presidente da câmara, Militina Rodrigues de Almeida, a mais antiga parteira de Esperança, Nelson Andrade de Oliveira (Nelson da Farmácia), Francisco Apolinário, eleito pela comunidade de Areial, Antonio Veríssimo de Souza, eleito pela comunidade de Montadas. Vale relembrar que Areial e Montadas pertenciam ao município de Esperança, tendo pois, dois representantes na Câmara de Vereadores. 

Estavam ainda presentes, Maria da Guia Costa, esposa do vice prefeito José Ramalho, Luiz Martins de Oliveira, ainda sem cargo público, Antonio Coelho Sobrinho, O Exator Federal, Heráclito Mendes da Silva e, por fim, a servidora municipal Adalgisa de Luna Sobreira.

O Prazer de Receber Políticos em Casa - Dorgival Belarmino da Costa.


Fatos e Fotos que Fizeram a História de Esperança
Foto da Visita do Deputado Humberto Lucena na Casa de Dorgival Costa.

Era o prazer que se tinha em receber políticos em casa. A foto acima nos relembrar os bons tempos em que havia na política nacional e, por que não dizer, também, na politica esperancense.
Foram-se os dias das vacas gordas, da confiança nos políticos e da aceitação de uma visita no seio familiar, convidando vizinhos e parentes, para recepcionar um político de nome estadual. 

Na década de 60, o então deputado estadual Humberto Lucena, a convite do então vereador Dorgival Belarmino da Costa, presidente da Câmara Municipal, aliado ao partido daquele deputado - o MDB - Movimento Democrático Brasileiro - com certeza para firmar apôio à sua candidatura à
Câmara Federal, trouxe-o a nossa cidade.

Veja-se bem que o vereador Dorgival Belarmino da Costa, com pretensões políticas, já arregimentava amigos, parentes e conterrâneos para constituir e consolidar seguidores e simpatizantes à candidatura do deputado. Por sua vez, Dorgival já era um pretenso candidato à vice prefeitura, fato esse concretizado, sendo eleito vice prefeito de Esperança ao lado de Luiz Martins.

Na foto acima, verifica-se que, naquele momento o deputado dirigia a sua palavra aos presentes. Além de Dorgival, estavam Luiz Pereira da Costa ( Licínho) que era irmão do Dr. Nino Pereira, Dona Nevinha, esposa de Dorgival, Maria Nazaré Cunha (Naza), Chiquinho Cunha, Beinha, filho de Dorgival e pai do nosso amigo Rau.

Diante da calamidade pública na politica brasileira, hoje, a declarada e visível corrupção dos políticos, ninguém tem mais o prazer de trazer à sua residência, nenhum político. Tudo mudou de feição, tomou outros rumos lastimáveis, como sabemos.

terça-feira, 17 de março de 2015

Maria Nazaré da Cunha - Naza - Uma das Primeiras Bibliotecárias do Nosso Municipio.




Fatos e Fotos que Fizeram a História de Esperança
Maria Nazaré da Cunha (Naza) Foto Atual.


A cidade de Esperança, depois de sua emancipação política, na década de 20, mais precisamente no ano de 1925, procurou, lentamente, sem recursos materiais e financeiros, fazer a organização administrativa, fazendo a nomeação de seus primeiros servidores municipais, o que significava dar os primeiros passos na administração pública. O trabalho foi lento. Só na década de 40 o município teve suas primeiras eleições para escolha de seus administradores.

No que diz respeito aos serviços públicos, era necessário ter um quadro mínimo exigível de servidores. Na época, meia duzia de funcionários fôra o suficiente, para tocar o barco para frente.

Maria Nazaré, como é conhecida no seio social de Esperança, foi uma das escolhidas pela administração pública, para colaborar e fazer parte da administração municipal, na condição de bibliotecária. Foi a segunda bibliotecária do município. A primeira, foi a filha do então prefeito, Julio Ribeiro, a sra. Maria Auxiliadora. Naza passou por diversas gestões, entre elas, Julio Ribeiro, Joaquim Virgolino, Arlindo Delgado e Luiz Martins, como bibliotecária, até o dia de sua aposentadoria. Naza reside hoje em sua pacata residencia, rodeada de amigas e parentes, no seu silêncio, guardando na memória a historia que ninguém conta.

sexta-feira, 6 de março de 2015

José Ramalho da Costa, Um Empreendedor, Um Vencedor


Fatos e Fotos que Fizeram a História de Esperança
 Foto do dia da inauguração do Estádio - José Ramalho com a Faixa para Entregar ao Treze - 1956

José Ramalho na Solenidade de Posse como Vice-Prefeito, ao lado do prefeito eleito Arlindo Delgado- 1959.

                             José Ramalho da Costa, um vulto da história esperancense. José Ramalho da Costa nasceu em 21 de março de 1918, na cidade de Esperança, PB, filho de Antonio Nicolau da Costa, comerciante no ramo de ferragens, e, Rita Lacerda da Costa. Conviveu com três irmãs: Eulália, Celizete e Socorro e um irmão, José Valério. Realizou parte de seus estudos na cidade de Areia. Aos dezenove anos de idade pilotava a primeira motocicleta pelas ruas de Esperança. Jogou futebol ao lado de seu irmão  nos times do Palestra, Botafogo e São Cristóvão.
                             Ramalho, como era conhecido popularmente pela população esperancense, tinha espírito aventureiro, como todo jovem. Era empreendedor e talentoso, desenrolado no dizer popular, bom papo, extrovertido, comunicativo e social. Em 1943, aos 25 anos, instala uma pequena mercearia na rua João Pessoa (Rua Nova). Em 19 de março de 1944, casa-se com Maria da Guia Vieira. Desta união matrimonial nasceram 11 filhos,sendo cinco homens: Ailson, José Ramalho, Anselmo, Francisco e Pacelli, e, seis mulheres: Anilda, Ana Rita, Graça, Terezinha, Joana D'arc e Lúcia.
                              Em 1948, inaugura o Armazém Zé Ramalho, na rua Dr. Solon de Lucena, no centro da cidade de Esperança. Em 1953, inaugura uma filial na rua João Pessoa, esquina com a rua Prudente de Morais. Em 1954, foi um dos primeiros a veranear com sua família na Praia Ponta de Mato em Cabedelo. O Armazém Zé Ramalho continuava se expandindo com as vendas para as cidades de Areia, remígio e Alagoa Nova. Em 1950, José Ramalho é escolhido o presidente do Esperança Clube, associação tradicional na cidade, na sua gestão como presidente do Clube, promoveu diversas festas sociais e dançantes, bailes festivos, ao som de grandes orquestras e montou sua própria orquestra, com músicos de primeira linhagem, entre eles, o saxsofonista, Zé Boneca, 
                                  Dentre outras atividades sociais, Ramalho, no ano de 1954, foi eleito presidente do América Futebol Clube. Uma das metas, era a construção do Estádio sem ajuda dos poderes públicos. Em 22 de janeiro de 1956 é inaugurado o estádio, que era conhecido como um dos melhores do Estado da Paraiba.
                                 Ramalho, como tinha larga folha de serviços prestados ao municipio de Esperança, é escolhido pela sociedade para ser o candidato a vice-prefeito, cuja chapa era encabeçada pelo candidato a prefeito, Dr. Arlindo Delgado. Em 1959, a chapa apresentada é eleita por maioria absoluta, pelo partido PSD (Partido Social Democrático), obtendo 73,96% (setenta e três,vírgula noventa e seis por cento) dos votos válidos, ou seja, num eleitorado 5.107 eleitores, a chapa eleita obteve 2.976 votos, e, o partido opositor, a UDN (União Democrática Nacional) obteve 1.048 votos, ou seja, 26,04% (vinte e seis, vírgula zero quatro por cento), representada pelo senhor Pedro Mendes de Andrade.
                                      Perguntado sobre José Ramalho, Arlindo Delgado disse: "Acho que Ramalho foi, no universo esperancense da época, um fora de série.Era um obstinado. Um vencedor, e, sobretudo, um homem com projetos desenvolvimentistas". Despontava uma nova liderança  política, comentava-se dentro do partido. Houve uma ciumeira, boicotando o seu nome a candidatar-se futuramente. Joaquim Virgolino, ex-prefeito, do partido da oposição, UDN, convida-o para filiar-se ao seu partido, porém, num gesto de hombridade, agradece e sai da vida pública.
                                      Em maio de 1960, José Ramalho, ao lado de seus confiáveis colaboradores, Edmilson Nicolau e João Augusto, extingue o quadro profissional do América. No ano de 1962, na rua João Pessoa , em Campina Grande, é fundada a firma José Ramalho & Cia., no ramo de estivas e cereais. Na época, Esperança precisava de uma casa bancária, uma amizade com os diretores do Banco do Comercio de Campina Grande, na pessoa do Sr. Muniz Alves, foi instalada uma filial do Banco, sendo comemorada com um almoço em sua residência. Ramalho faleceu precocemente, aos 47 anos de idade, no dia 15 de novembro de 1965 e sua esposa, dona Maria da Guia, em 11 de novembro de 2009.