quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Silvestre Batista - Um dos mais Antigos Alfaiates de Esperança

                            Silvestre caminhando na Avenida Principal da Cidade - Década de 50
  Sivestre Batista - Um dos Mais Antigos Alfaiates de Esperança 
                                                        
                                             Silvestre, já aos 90 anos, no Seio da Familia (Filho e Sobrinhas)

                            Nos idos anos 40 e 50, havia uma pleiade de bons alfaiates em Esperança. Silvestre Batista era um deles. Dono da Alfataria "A Pernambucana", localizada no centro da nossa cidade, pecisamente na rua Manoel Rodrigues, onde hoje funcionava a Farmácia S. Lucas, de propriedade de Dr. Armando Abílio, hoje, Famacia da Ferro Ferragem, como todos conhecem.
O povo de Esperança e cidades vizinhas, mais especificamente, a população masculina, encomendava suas calças de linho inglês, tropical, gazemira e palitós, sempre nos finais de ano, quando se aproximava o
 período festivo de Natal e Ano Novo, Festa da Padroeira, com o tradicional pavailhão da festa.
Era necessário que, quem quisesse fazer roupa nova, teria que se apressar, caso contrário, não iria desfilar nas ruas da cidade, em plena festa da padroeira. Os alfaiates ficavam assoberbados de trabalho e de encomendas. Era a fase do ano primordial, para se ter um rendimento maior.
Silvestre Batista faleceu nesta cidade, no aconchego de sua família, aos 95 anos de idade.

                         

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Seu Joaquim e Dona Zefinha Galdino - Uma Grande Família - Dados Biográficos.

                                              
                                               Seu Joaquim Galdino aos 51 Anos de Idade
            
                         Joaquim Galdino de Araujo e Dona Josefa Claudio de Araujo - Dados Biográficos.
 
                         Um dos mais antigos sapateiros de Esperança. Nasceu no dia 28 de abril de 1918, na cidade de Esperança. Filho de Inácio Galdino de Araujo e Ana Teodora da Conceição. Desde cedo exerceu o oficio de sapateiro. Começou ainda na adolescência, auxiliando outros sapateiros mais antigos. Com o tempo, tornou-se autônomo e instalou uma pequena fábrica de calçados e consertos. Com perseverança, foi crescendo no comercio e inaugurou a loja de calçados, uma organizada sapataria, tìpicamente artesanal, "Sapataria Cruzeiro", localizada na antiga praça Getulio Vargas, no centro de nossa cidade. Era o final da década de 40, para o ínicio da década de 50.

                          No seu negócio de de fabricação de calçados, comandava 20 sapateiros (operários), que funcionava na oficina instalada nos fundos de sua residencia, na rua João Pessoa, 108, onde ainda reside a sua familia.

Seu Joaquuim e a Vida Social - Era um homem alegre, vivedor, símpático, social, comunicativo. Primava pela conservação de amizades e gostava de ter uma mesa farta em casa, sentia-se feliz com o bem-estar de sua familia, apreciava um bom vinho, vale salientar que o vinho da época era "Imperial de Mesa Seco", vinho esse que não falta na mesa das famílias de bom gosto.

                          Seu esporte predileto era a caça, sem deixar de lado o amor ao futebol. Assim, narra a sua filha, Nevinha, que não deixava de assistir ao América Futebol clube, sempre aos domingos. Era um frequentador assíduo de clubes e um bom apreciador de dança de salão, inclusive participava intensamente dos carnavais, sendo um grande folião que contagiava o recinto de clube com a sua animação, sempre fantasiado a rigor, utilizando lança-perfume, serpentina e confetes.

                         Cumpridor de suas Obrigações Sociais e Legais - Como cidadão brasileiro,, aos 18 anos de idade, teve que servir à Patria, alistando-se no exército na década de 40, sendo convocado para a segunda guerra mundial, servindo na Ilha de Fernando de Noronha, até o final daquela guerra em 1945. No período pós-guerra, retorna à cidade natal, para reiniciar a vida civil, trabalhando no ramo de sapataria.

                            Daí, passou a ter a segunda etapa de sua vida, em Esperança, quando conheceu Dona Josefa Claudio, vindo a casar-se com a referida, no dia 04 de setembro de 1.945, de cuja união matrimonial surgiu uma grande família composta de quinze filhos, sendo que, dos quinze, faleceram quatro, restando onze, assim nomeados: Maria das Neves Araujo (Nevinha - a primogênita), Maria da Glória Araujo, José Galdino de Araujo, Maria Carmem de Araujo, Maria Aparecida Araujo, Maria Betânia Araujo, José de Arimatéia Araujo, Judith Galdino de Araujo, Israel Galdino de Araujo e Sara Jane de Araujo, a caçula.

                               Seu Joaquim viveu sua vida com a família, dando-lhe conforto, educação e apoio moral. Como comerciante já bem estruturado, teve sua vida comercial de fabricação de sapatos artesanais. Com o desenvolvimento tecnológico e de industrialização por que passava o Brasil, na década de 50, a sua industria de calçados sofreu uma brusca decadência, com o surgimento dos calçados industrializados, produzidos em alta escala com material sintético. Houve uma sensível interrupção, na década de 60, quando adoeceu de diabetes, cumulando com a beriberi, (doença adquirida na guerra). Daí passou a ter dificuldades financeiras. Não havia, naquela época, um tratamento adequado para a sua doença, fato esse que o levou à morte, no dia 01 de maio de 1969, deixando viuva Dona Josefa Claudio de Araujo, aos 47 anos de idade.

                                    Dona Josefa Claudio de Araujo e as Agruras da Viuvez - Dona Josefa, carinhosamente tratada pela sociedade esperancense como Dona Zefinha, nascida no dia 24 de fevereiro de 1921, filha de Severino Claudio  dos Santos e de Dona Rosalina Maria da Conceição. Apesar das dificuldades de sua época, não deixou de ser educada pelos seus pais, recebendo as lições da vida doméstica, da educação que vem do berço e dos ensinamentos primários da antiga escola Irineu Joffily.

                                                 Ainda jovem, amargou as consequências da viuvez, arcando com toda a responsabilidade de educação dos filhos, todos dependentes, o sustento da casa e demais obrigações oriundas da maternidade. Era o sofrimento misturado ao dever, a luta pela sobrevivência, numa estrutura social ainda arcaica, em que o Estado não amparava a familia, nem dispunha de um sistema previdenciário capaz de dar amparo às viuvas e aos órfãos.

                                                 Dona Zefinha, aos 20 anos de idade, perdeu a sua mãe e passou a assumir a responsabilidade da família e educação de seus irmãos: Francisco Claudio de Lima (Chico de Pitiu), Isabel, Maria Claudio e Adalberto Claudio (Betinho). Hoje, aos 92 anos de idade, convive com todos os filhos, netos e bisnetos, num clima de respeito, amor e carinho, orientando a todos, com o carisma materno que lhe foi dado por Deus.