sábado, 23 de junho de 2012

REVIVENDO O SÃO JOÃO DE ESPERANÇA.
As festividades Juninas em Esperança sempre foram animadíssimas. Existe uma diferença enorme das festas de São João dos anos 50, para as que se realizam hoje, programadas, sob os auspícios do poder público, com  o intuito de dar caráter turístico. Hoje o São João é fonte de renda. Antigamente, o povo fazia a festa, participava gratuitamente. As residencias se voltavam com tanto entusiasmo para afesta que os pais de familia, pobres e ricos, faziam questão de enfeitar a frente da casa, fazer uma fogueira, ligar o rádio para o ouvir o forró, sintonizado mais na Rádio Borborema ou na Rádio Carrí de Campina Grande. Eram emissoras que invadiam a nossa região, tanto na zona urbana como na zona rural. Soltavam-se balões, foguetões, sem nenhuma restrição. As crianças ficavam nas calçadas, brincando, queimando fogos de artifício ( chuveiro, ratinho, estrelinha, traque).
Além das fogueiras nas portas de cada casa, nas avenidas princiais da cidade, embelezavam naturalmente a noite. As familias assavam milho na fogueira, ligavam a radiola, para ouvir o mais festejado dos cantores populares, Luiz Gonzaga. As comidas típicas eram indispensáveis. Os vizinhos faziam questão de se presentearem com os pratos domesticamente preparados: Canjica temperada com pó canela, pamonha, bolo de mandioca, milho cozido e pé de moleque.
Um detalhe interressante no decorrer destas festas: As mulheres, donas do lar, orgulhavam-se em dizer que aquela comida foi feita por elas.
À tardinha, havia o desfile do casamento matuto. Alugavam burros e carroças. As costureiras faziam vestidos típicos das festividades. Os homens exibiam as roupas mais antigas, os palitós e camisas que estavam fora de época (fora da moda), para o tradicional casamento matuto.
À noite, o forró rolava no grupo escolar Irineu Joffily, vez que, não havia clube com espaço suficiente para a realização daquela festa. O Esperança Clube, um pequeno clube que existia no centro da cidade, onde, hoje, funciona o BRADESCO. Esse clube fechou as suas portas na década de cinquenta. Todos os eventos juninos e outros eram realizados no pavilhão da Escola Irineu Joffily.
Com o surgimento do CAOBE no final da década de 50, as festas de clube passaram a ser realizadas naquele recinto, pois, era mais apropriado, com mais espaço. Surgiu como a salvação da pátria. Aquela entidade social existe até hoje, mas os eventos juninos foram perdendo o caráter de festa matuta, caipira, tradicional, até que na década de oitenta, foram caindo gradativamente, até chegar ao que é hoje.
As festividas juninas de hoje recebem grande influencia do São João turístico de Campina Grande, desvirtuado. Cabe à sociedade se conscientizar, dar a volta por cima, a fim de que o São João volte com as mesmas alegrias e tradições.