sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

A Tradição das Lapinhas em Esperança


Fatos e Fotos que Fizeram a História de Esperança

Inacinha Celestino e Sua Lapinha Tradicional.

As tradições natalinas persistem em nossa cidade, apesar das inovações da tecnologia, com o aparecimento de meios eletrônicos que dispersam e fazem afugentar as mais remotas tradições, como sejam: O Cartão de Natal, as confraternizações das famílias em suas residencias, os presentes de Natal e, principalmente, a figura da mais antiga tradição, o Papai Noel.

Várias famílias esperancenses, através de suas religiosas e zelosas donas de casa faziam questão de dar um tom aconchegante dentro de suas casas, com ornamentações tipicamente natalinas, comidas por demais saborosas regadas a vinho tinto, os perús cevados nos seus quintais, sem se falar no ornamento mais caprichado e bonito, a árvore natalina iluminada, cheia de bolas coloridas que perduravam até o final de festividades de fim de ano.

Faço questão de mencionar, também, a tradicional ceia de natal, após a Santa Missa, à meia noite, logo após a Missa do Galo. Era uma festa que rolava até pela madrugada.

Dentre as famílias de Esperança que faziam questão de expor a sua Lapinha, posso mencionar a família Duarte Meira, na pessoa de Dona Maria Duarte, a própria Inacinha Celestino, como se vê na foto acima, Dona Julia Santiago, Dona Teté Rodrigues e tantas outras que cumpriam a tradição, a cada ano, religiosamente, sem esquecer que a Paróquia de Nossa Senhora do Bom Conselho também expunha uma Lapinha gigante, dentro da Igreja, para a visita de todos os católicos.

Com a modernidade, as tradições festivas estão perdendo o brilho, quase sendo esquecidas, relevadas a segundo plano, substituidas por fantasias diferentes que não teem muita ligação com a tradição do Natal. Resta-nos relembrar, fazer o registro em páginas eletrônicas.

      

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Severino Tatá, Um Agricultor que Virou Empresário.

Fatos e fotos que Fizeram a História de Esperança

Severino Assis Nascimento (Severino Tatá) - década de 60.

Dados biográficos de um pai. Um resumo histórico de uma de suas filhas, Ana Débora, poetisa, escritora, contista, cronista, dons esses nascidos do berço. Eu lhe pedí para me fazer um relato sobre a vida de seu pai, para que pudesse publicar neste blog. Severino Assis Nascimento - Severino Tatá - como era popularmente conhecido no nosso meio, Era um dos comerciantes desenvolvidos  desta cidade de esperança, era proprietário de um armazém de açucar, atacadista, como,distribuidor daquele produto em toda a região do brejo paraibano. em homenagem ao vulto, que ora apresento, Odaildo Taveira Rocha, ex-prefeito de Esperança, ex-vereador que, de sua autoria, criou um projeto de lei que denominou uma rua desta cidade com o seu nome - hoje, rua Severino Assis Nascimento, cuja lei tem o número 650, de 06 de maio de 1991, sancionada pelo então prefeito José Ledo Vieira Nóbrega. Severino Tatá deixou uma grande família de dois casamentos, o último com dona Josefa Costa Nascimento, carinhosamente conhecida por dona Teté. Um dos seus filhos, Selmo Jofilly Costa Nascimento, com espírito empreendedor herdado de seu pai, loteou o sítio situado nas proximidades da zona urbana, loteamento Eurides Balbino, hoje, um dos bairros mais importantes da cidade, onde está situada a rua em homenagem ao seu pai. Assim Ana Débora escreveu, resumidamente sobre o seu pai, dizendo o seguinte:

"Meu pai era um homem negro! o negro que eu não trocaria por milhares de brancos que existem por aí! Ele era negro de lábios grossos e cabelo "ruim"! Tinha um coração tão maravilhoso e uma alma tão branca e cheia de amor que escolheu  A MULHER EXEMPLO, para ser a mãe de seus filhos.
Esse negro nasceu na roça, pobre e analfabeto (até quando aceitou ser). além da roça só conhecia o que dele podia esperar.
Entretanto, esse negro pensava positivo e levava seus pensamentos para o futuro, e sonhava, sonhava alto.
Tornou-se um autodidata aprendendo a ler e escrever sem nunca pisar numa escola ou conhecer um professor. em suas mãos calejadas só a enxada para trabalhar a terra, enquanto sua imaginação voava cada vez mais alta e mais distante...
Num desses vôos, veio para a cidade e começou lutar pelos seus sonhos (ele nunca desistia) e tornou-se um homem rico e respeitado, não pelo seu dinheiro, mas pelo seu caráter
Nunca deixou a mãe-terra e como agricultor, me deu grandes lições. ensinou-me a respeitá-la, a cuidar, a semear e a colher (eu mais gostava da colheita de algodão). A gente se divertia muito e foi quando ganhei minha primeira bonecas. (eu nunca fui de gostar de brincar de bonecas). Meus brinquedos e brincadeiras eram outros. aprendi sobre tudo que ele achou que eu estava pronta para aprender.
Através dos livros, ele conheceu um novo mundo. Conheceu e me apresentou o Espiritismo. ele sempre acreditou na existência. De algo maior daquilo que lhe foi repassado por seus pais, padres...). O interesse pela ciência o despertou principalmente para a Astrologia, a ponto de nada fazer sem antes consultar seu horóscopo feito por Omar Cardoso.
Fazia versos sem ser poeta, contava estórias sem ser historiador, acreditava na presença de Deus em tudo que existe dentro e além da Terra, acreditava nas pessoas e no mundo.
Tinha sabedoria, sabia ser justo, autoritário e doce. tinha seus defeitos como todo humano, mas sabia amar e sofrer pelos seus amados e desafetos.
Lembro que nas noites escuras ficávamos os dois na calçada, localizando no céu estrelado as estrelas e constelações, enquanto ele me dizia o nome de cada uma.
Mas, um de seus sócios o levou a falência financeira. Ele não suportou, entrou em depressão, envelheceu rapidamente, e aos 57 anos, um enfarte fulminante o tirou do nosso meio.