FATOS QUE FIZERAM A HISTORIA DE ESPERANÇA
O RELOGIO DA MATRIZ
Já lí algumas équenas histórias sobre a construção da Igreja Matriz de nossa cidade, a reforma do templo e sobre a inauguração do relógio posicionado na tôrre, completando, hoje, quase setenta anos de idade.
Todos os esperanrancenses são testemunhas auditivas do badalar do relógio. Para toda a população, todos os olhos não se cansavam de olhar o relógio, no sentido de saber a hora certa, nas ocasiões mais importantes, ficando, costumeiramente, atentos ao horário.
As pessoas que não possuiam relógio confiavam cegamente no relógio da igreja, na sua precisão, durante as vinte e quatro horas do dia. Muita gente gracejava com pessoas que perguntavam as horas a laguém que tinha relógio no braço, e respondia, com ares de brincadeira, consulte o relógio dos pobres!
Quando eu era criança, sonhava com o presente de Papai Noel, na noite de Natal, sempre esperando que amanhecesse no dia de Natal um relógio de presente. Nas brincadeiras de meninice, desenhava um relógio no braço, com lapis de tinta azul.
Porém, naqueles ídos tempos, nenhum menino da minha idade possuia relógio. O relógio que sempre estava presente na vida de todos nós era o relógio da Igreja.
O RELÓGIO DOS RICOS
Alguns adultos que eram conhecidos como ricos, entre êles, os comerciantes tradicionais da cidade, ou, pessoas de influencia no meio social, de bom poder aquisitivo, encomendavam suas calças aos alfaiates, exigindo que a calça fosse feita com dois bolsos tipo algibeira. (algibeira era um pequeno bolso que os homens usavam para portar moedas ou conduzir o relógio de algibeira, por baixo do cinto). Eram relógios automáticos, modernos, difrentes dos que usavam antes, daqueles que só funcionavam se o dono desse corda. quando quebrava, levavam para o concerto e, sempre era a corda do relógio que se quebrava.
Mas, o mais interessante ou o mais importante é descrever, não somente a importancia que exercia o relógio da Igreja sobre a vida das pessoas de toda a comunidade, mas a sua utilidade social e o seu valor rmântico para a vida de cada esperancense, do amanhecer do dia ao final da noite, ele era um meio de orientação, posso dizer assim, uma bússola indispensável.
O ASPECTO ROMÂNTICO DO RELÓGIO DA IGREJA
No dia a dia das pessoas, em que todas as atividades da sociedade, como por exemplo, no comércio, no esporte, na vida social, no lazer, para o horário das refeições, para o horário de dormir, estudar, ler, viajar, namorar e até, para casar.
Os casais de namorados que tinham namoro fixo, marcavam horário para os encontros, sempre à noite, cedo da noite, para ir ao cinema, ou mesmo, ir para a casa da namorada. Era sempre o relógio da Matriz, sempre escutado nos quatrocantos da cidade . Se algum dos namorados falhasse ou chegasse atrasado, ela sempre perguntava, em tom de repreensão: Não ouviu o relógio da Igreja tocar, não? A resposta era sempre enrolada.
Existia sempre um horário marcante, para diversas ocasiões, à noite, era o das 8,00hs (vinte horas). Nas décadas anteriores, principalmente a década de 50, ou, melhor dizendo, nos anos cinquenta, era costumeiro marcar algum encontro depois da missa, aos domingos. Isso acontecia com os casais de namorados, com as pessoas que ouviam programas de rádio, isto é, novela pela rádio borborema. Outras perguntavam a outras, dentro de casa, já ouviste se o relógio da Igreja ja deu oito horas? Se alguém possuia relógio de pulso, não confiava no seu relógio, conferia sempre pelo relógio da Igreja. Conferindo o horário, dizia: Este meu relógio é bom demais, sempre está com a hora igualzinha ao da Igreja.
O AVANÇO DA TECNOLOGIA.
Na década de quarenta, a energia elétrica de Esperança era movida por um motor, que funcionava por traz da casa de seu Anonio Gomes da Rocha (Antônio de Epitácio) e o local em que funcionava aquele motor ficou apelidado de "Usina de Luz".
O prefeito da época determinou por decreto que a Usina de Luz só funcionasse até às vinte e quatro horas (meia noite), antes, fechava às vinte e duas horas (dez da noite). Dizia ainda, aquele decreto munciipal que o motor começasse a funcionar às 18,00hs e, durante o inverno, às 17 horas. Era sempre o relógio da Igreja que comandava. Com esse novo horário a cidade começou a dormir mais tarde.
Este sim é um importante relato do nosso cotidiano, quiçá mais relevante que lembrar datas e fatos. A crônica que ora segue, nos conduz a uma reflexão e a um tempo lúdico maravilhoso.
ResponderExcluirParabéns.
Att.
Rau Ferreira
Blog HE