sexta-feira, 29 de junho de 2018

A TRADIÇÃO JUNINA DE ESPERANÇA

Fatos e Fotos que Fizeram a História de Esperança
 Foto representativo do São João Esperancense - Década de 50
 Foto demnstrativa de casamento Matuto - Década de 60
Foto de Desfile de Cassamento Matuto - Década de 70


 A TRADIÇÃO JUNINA DE ESPERANÇA

Não se pode falar em tradição junina, sem que se fale, também, em fogueira de São João, com os inesquecíveis casamentos matutos,com as mais tradicionais e folclóricas quadrilhas, em que eram celebradas pelas famílias da sociedade esperancense. Não era necessário locar espaços para tanto, pois, tudo era comemorado em plena avenida, com vontade, alegria de reviver tudo, como mandava o figurino.

Todas as famílias queriam participar, de qualquer modo. Na porta da cada casa, uma tradicional fogueira junina era o suficiente para fazer o folguedo. O dia todo era dedicado ao preparo das comidas regionais, tradicionais: Milho assado, milho cozinhado, pamonha, canjica, sem se falar no bolo pé-de-moleque .

As roupas eram confeccionadas em casa. Cada mãe de família era a própria costureira a fazer os modelos mais irreverentes, cada uma melhor do que a da  outra.

Esperança não tinha clube social, mas, a tradição não se perdia. O salão social do Grupo Escolar Irineu Joffily era mais que o suficiente, para a sociedade de Esperança brincar a noite toda sob o comando dos sanfoneiros da cidade , entre eles, Sebastião Mateus, Luiz Mateus, Manoel Tambô e Severino Medeiros.

Esperança viveu os melhores anos juninos na década de 50, com participação intensa das autoridades e os principais comerciantes da cidade que faziam questão de dar a sua contribuição, de qualquer modo. Posso mencionar nomes dos comerciantes que tinham participação ativa na vida social: Teotônio Tertuliano da Costa, José Ramalho da Costa, Antonio Nogueira dos Santos, Teotônio Rocha.

A tecnologia mudou todo o aspecto da festividades. Na década de 70, a juventude esperancense, representada por alguns jovens atuantes na vida estudantil, quis dar um alento e renovar as características do casamento matuto tão celebrado nos idos tempos apagados pelas inovações das bandas musicais. A foto acima nos dá uma idéia de um semblante da mudança. O forró, rítimo representativo da festa junina, passou a ter novos costumes com bandas metálicas e sons eletrônicos, evidenciados pelo barulho ensurdecedor.

A festa junina tomou um feitio turístico, com quadrilhas ensaiadas, envolvidas com vestimentas produzidas, como se fossem blocos de carnaval. Em fim, a indústría das quadrilhas voltadas totalmente para o turismo maculou a tradição tipicamente nordestina.

sexta-feira, 11 de maio de 2018

O CHEIRO DA PANELA

Fatos e Fotos da Historia de Esperança
A Tradicional Panela de Barro


                                          Quando eu falo no cheiro da panela não significa que a panela é cheirosa ou era cheirosa, mas me refiro ao conteúdo da panela, a comida gostosa que nela cozinhava nas cozinhas simples das casas mais simples de Esperança. Todos sabiam que tipo de comida existia em cada casa, em cada panela no fogo. O fogão era de alvenaria. O fogo em brasa ardente, à base de lenha ou de carvão, fazia cozinhar a comida mais gostosa do mundo. O cheiro da panela denunciava o feijão com costela de boi, batatinha, jerimum, charque, quiabo e maxixe, tudo regado ao bom tempero, à base de coentro verde, cebola, pimentão e alho.

                                              Era assim que as donas de casa preparavam a panelada do almoço, que começava a borbulhar desde às 5,00hs da manhã. As ruas estreitas, as casas pequeninas contribuíam para que a vizinhança soubesse o que havia de bom para comer em determinada casa.

                                              Na minha infância, como na infância de dezenas de crianças de minha terra natal, ao correrem pelas calçadas e a brincarem com bola de meia, jogarem castanhas e bolas de gude, a correrem atrás das borboletas coloridas, na rua rua estreita de chão batido, de casas vizinhas, casas conjugadas de janela e porta, sentíamos o cheiro apetitoso das tradicionais panelas de barro.

                                                As panelas de cada casa eram todas iguais, pretas e velhas, queimadas pelo esfumaçar daquele fogaréu, algumas pequenas e outras maiores, dependendo da quantidade de pessoas que iam comer. A panela confeccionada artesanalmente era vendida na feira das panelas, lá no recanto do paredão do campo de futebol, como ainda hoje permanece.

                                                      Hoje,com a modernidade, o fogão a gás invadiu até todas as casas pequenas e pobres. Hoje, o cheiro da panela permanece, mas,sutilmente, deixando a desejar aquele tradicional cheiro da panela de barro, dando lugar à panela de pressão.

                                                       Nos dias de hoje, os restaurantes, para serem sofisticados e atraídos pela clientela, dão nome ao estabelecimento de "RESTAURANTE PANELA DE BARRO", outros, dão outra denominação: "RESTAURANTE PANELA DE OURO", e, até os menos afortunados frequentam aqueles lugares, na tentativa de comer o que sua mãe fazia, naquela saudosa época da infância que não volta nunca mais.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

A Primeira Escola Municipal de Esperança


Fatos e Fotos que Fizeram a  História de Esperança

Cópia do Decreto que Criou a Primeira Escola Municipal de Esperança.


                        Depois de uma batalha para a emancipação do município de Esperança e depois de instalado o governo municipal, na pessoa do então gestor municipal Manoel Rodrigues de Oliveira, o município, ainda uma vila, começou a dar os primeiros passos, tendo as primeiras iniciativas administrativas.

                   Depois de formar o quadro dos primeiros servidores municipais, como ato administrativo,  dando sequência à formação administrativa de Esperança, só dois anos depois de sua emancipação, foi criada a primeira escola municipal através de decreto, o de nº 03, de 25 de novembro de 1927, instituindo uma escola mista noturna. Até então, o município não dispunha de professores, não se sabendo onde deveria funcionar essa escola, nem quem seria o professor ou professora contratado, para tal fim.

                                    Um detalhe a ser esclarecido, quanto ao ato administrativo em comento: Esperança ainda era uma vila, não existia Câmara de Vereadores para aprovar a criação da primeira escola municipal, pois, o prefeito teria que se valer do Ato Formal, o Decreto, para administrar o novo ente público.

                                      Esperança ainda estava ligada a Alagoa Nova de onde se emancipara, adotando diversos atos copiados daquele município, até se firmar e andar com suas próprias pernas. Por exemplo, o balancete era copiado daquele município.

                                                Note-se que, ao criar a primeira escola, o texto do decreto determinava que escola seria mista e noturna, porém, sem determinar a quantidade de vagas, nem fazia alusão aos recursos a serem aplicados para o funcionamento da entidade escolar.

                                                 Vale salientar que o município de Esperança passou a respirar como verdadeiro município emancipado, administrativa e politicamente, dez anos depois, quando na segunda gestão, sob o comando de Teotônio Tertuliano da Costa, na primeira metade da década de 1930, quando edificou o passo municipal - o edífício da prefeitura, no centro da cidade, onde funciona, hoje, o INSS. A passos de tartaruga o município foi tomando fôlego

                                                     

  

                              

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

O CAMINHO DA ESCOLA

Fatos e fotos que Fizeram a História de Esperança
 Modelo do Primeiro Transporte Escolar de Esperança


Ônibus Escolares Atuais


                                         Até a década de 50 estudar era um privilégio de alguns, estudar, no sentido de ir para a escola, frequentar aulas. O lema era aprender, pelo menos, a escrever e afazer as quatro operações. Assim diziam os mais antigos. Quem conseguisse chegar ao Grupo Escola Irineu Jofilly, a primeira escola pública existente na nossa cidade, estaria de bom tamanho.

                                          O município de esperança era carente de meios de transporte para conduzir até a escola os alunos de nível primário,hoje, ensino fundamental. Aqueles estudantes que, com muita dificuldade, se deslocavam da zona rural para estudar na cidade, teria que enfrentar um longo caminho de dificuldades materiais, financeiras, além de ter um super esforço físico, para tal fim.

                                           O caminho dad escola, por mais perto que fosse,exigia de cada um vontade imensurável de aprender a ler, para que, no futuro, tivesse uma vida melhor.

                                         Assim diziam os pais daqueles sacrificados estudantes agricultores: "Estude para ser gente, algum dia!" Estudar sempre foi a meta de muitos , apesar dos métodos pedagógicos antiquados, a falta de recursos materiais, a falta de estrutura física das escolas, em fim, uma gama de desvantagens que poderiam mudar o pensamento de cada jovem.

                               Não havia transporte escolar, mas, geralmente, faziam o percurso a pé, enfrentando as intempéries do tempo, debaixo de de sol ou de  chuva, enfrentando o cansaço e a fome. Os mais afortunados iam de bicicleta, porém, nunca chegavam atrasados, fora da hora. era uma batalha, uma verdadeira via crucis.

                                              No final da década de 50, por um esforço incomum do vigário da época, padre Manoel Palmeira da Rocha conseguiu instalar instalar o ensino médio em nossa cidade, no conhecido Ginásio Diocesano de Esperança, com o intuito de que os jovens pudessem galgar um lugar melhor na sociedade, conseguir um emprego, etc.

                                          Numa fase posterior, já na década de 60, o estudante esperancense começou a ter oportunidade de se deslocar para outras cidades, principalmente Campina Grande, para prosseguir os estudos no nível médio, até alcançar o nível superior. A principal escola acolhedora dos estudantes do interior era o Colégio Estadual do Bairro da Prata, por onde passei, estudando o antigo curso clássico, preparatório dos vestibulares de ciências humanas.

                                                 Nos meados da década de 60, passamos a ter outra fase, no caminho da escola, quando começa o acesso ao transporte escolar, com o primeiro veículo doado pelo então governador Pedro Moreno Gondim, como vemos na foto acima, um carro já usado, que, na época, já tinha mais de dez anos de uso.

                                                 Os tempos passaram e, com o passar do tempo, no século XXI em que vivemos, a juventude esperancense passou a usufruir dos meios de transportes escolares, ônibus doados pelo MEC, facilitando o acesso aos caminhos da escola e a outros centros mais desenvolvidos, gratuitamente, como vemos na segunda foto acima.