quarta-feira, 8 de julho de 2020

FATOS E FOTOS DA NOSSA HISTORIA - O PAVILHÃO 10 DE NOVEMBRO

                                               Pavilhão 10 de Novembro - Década de 1940

                                         
                                          Na década de 40, do século passado, Esperança, não tinha ainda 20 anos de emancipação política. O Pavilhão 10 de Novembro foi a maior atração social da vida da nossa cidade. era, posso dizer, um ponto de encontro da elite, localizado em ponto estratégico, central, na antiga Praça Getúlio Vargas. Vale salientar que a Praça foi criada antes do Pavilhão. como os recursos eram praticamente inexistentes, ambos, a Praça e o Pavilhão, para entrarem em pleno funcionamento para a frequência da público, demorou mais de cinco anos.

UM POUCO DA HISTÓRIA. Naquela época, os prefeitos que se sucederam eram nomeados pela interventoria do Estado, justamente em que, Getúlio Vargas era o interventor federal. Então, em  05 de setembro de 1938, a Praça recebeu a denominação de Getúlio Vargas, na administração municipal de Julio Ribeiro.

Em 10 de janeiro de 1941, foi inaugurada a Praça Getúlio Vargas, em homenagem ao quarto aniversário do Estado Novo, sob o comando do então presidente Getúlio Vargas. Desta feita, a Praça foi inaugurada em homenagem ao Presidente de então.

Quem inaugurou o Pavilhão foi o prefeito Sebastião Vital Duarte, em 10 de novembro, justamente na data que se comemorava o quarto aniversário do governo Getúlio Vargas, governo esse que ficou conhecido como governo do "Estado Novo", que iniciou em 10 de novembro de 1.937, até 31 de janeiro de 1.946. O Pavilhão e Praça foram inaugurados juntos, na mesma data, embora a praça tenha sido instituída antes do Pavilhão.

Vale salientar que o orador oficial daquela solenidade foi o cidadão Severino de Alcântara Tôrres, pai do nosso conhecido José Tôrres e avô da proprietária da Instituto Menino Jesus de Praga, Daniela Tôrres.

Ainda, dentro da história daquela Praça, vale registrar que antes teria recebido o nome de João Tavares, antes da edificação, na década de 40. Quem foi João Tavares? Um dos primeiros governadores da Paraiba, um colonial português, que governo a Paraiba entre 1.585 a 1.588, cuja praça foi criada na década de 30.

Assim, fiz questão de fazer esse pequeno relato sôbre a história do Pavilhão 10 de Novembro, que foi extinto na década de 70, para a construção do Calçadão Joaquim Pereira. 

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Uma das Maiores Solenidades da História de Esperança -
A Inauguração do Estadio José Ramalho da Costa - 26.01.56
64 Anos se Passaram.












                                          Um dos maiores eventos sociais e esportivos da história de Esperança, na década de 50, mais precisamente, há 64 anos, fato esse ocorrido no dia 26 de janeiro de 1956, numa tarde ensolarada, que ensejava uma grande festa popular. Era a inauguração do Estádio José Ramalho da Costa, um acontecimento inesquecível para todos os esperancenses que presenciaram aquele fato, digno de inúmeras recordações.

                                          A cidade inteira ficou encantada com tão magnífica solenidade, de grande importância para o mundo esportivo paraibano. As cidades vizinhas, inclusive Campina Grande, superlotaram as ruas principais de Esperança, para assistir àquele momento histórico. O pequeno estádio ficou lotado.
                                            
                                     Na primeira foto, pela ordem decrescente, vemos as autoridades se deslocando para aquela praça de esporte futebolístico, em que destacam-se o prefeito da cidade, o Sr. Joaquim Virgolino da Silva, o padre Manoel Palmeira da Rocha, vereadores e comerciantes convidados.

                                     Na segunda foto, o governador do Estado, Pedro Moreno Gondim, secretários de Estado e o Juiz da comarca, Dr. Luiz Gomes Araujo. Vale salientar que nessa foto, menciono também, a presença do Secretário Estadual, Dr. Amaury Vasconcelos, renomado jurista paraibano e, posteriormente, professor da antiga Universidade Regional do Nordeste.

                                      A terceira imagem nos mostra o interior do Estádio lotado, com o América entrando em campo, sob os aplausos da sua torcida, sendo recepcionado pela banda de música da prefeitura municipal de Campina Grande.

                                          A quarta foto, nos mostra a entrega da faixa à Miss América, representada na pessoa da senhorita Loura Batista, uma das figuras representativas da sociedade esperancense. A quinta e sexta fotos nos dá uma idéia do quanto foi prestigiado aquele evento, contando com  presença do público esperancense e de cidades vizinhas, ainda, avistando-se a arquibancada lotada.

                                           Finalmente, a sétima foto, com a equipe do Treze Futebol Clube de Campina Grande que, na época já gozava de grande prestígio no cenário futebolístico do Nordeste Brasileiro. Aquele grande dia de festa culminou com a solenidade de entrega de uma taça ao Treze, no recinto do Esperança Clube, com a presença de autoridades e pessoas da sociedade. naquele momento, o presidente do América usava da palavra, fazendo a saudação à equipe do Treze. E, por fim, a festa dançante abrilhantada pela orquestra do Esperança Clube.

sexta-feira, 29 de junho de 2018

A TRADIÇÃO JUNINA DE ESPERANÇA

Fatos e Fotos que Fizeram a História de Esperança
 Foto representativo do São João Esperancense - Década de 50
 Foto demnstrativa de casamento Matuto - Década de 60
Foto de Desfile de Cassamento Matuto - Década de 70


 A TRADIÇÃO JUNINA DE ESPERANÇA

Não se pode falar em tradição junina, sem que se fale, também, em fogueira de São João, com os inesquecíveis casamentos matutos,com as mais tradicionais e folclóricas quadrilhas, em que eram celebradas pelas famílias da sociedade esperancense. Não era necessário locar espaços para tanto, pois, tudo era comemorado em plena avenida, com vontade, alegria de reviver tudo, como mandava o figurino.

Todas as famílias queriam participar, de qualquer modo. Na porta da cada casa, uma tradicional fogueira junina era o suficiente para fazer o folguedo. O dia todo era dedicado ao preparo das comidas regionais, tradicionais: Milho assado, milho cozinhado, pamonha, canjica, sem se falar no bolo pé-de-moleque .

As roupas eram confeccionadas em casa. Cada mãe de família era a própria costureira a fazer os modelos mais irreverentes, cada uma melhor do que a da  outra.

Esperança não tinha clube social, mas, a tradição não se perdia. O salão social do Grupo Escolar Irineu Joffily era mais que o suficiente, para a sociedade de Esperança brincar a noite toda sob o comando dos sanfoneiros da cidade , entre eles, Sebastião Mateus, Luiz Mateus, Manoel Tambô e Severino Medeiros.

Esperança viveu os melhores anos juninos na década de 50, com participação intensa das autoridades e os principais comerciantes da cidade que faziam questão de dar a sua contribuição, de qualquer modo. Posso mencionar nomes dos comerciantes que tinham participação ativa na vida social: Teotônio Tertuliano da Costa, José Ramalho da Costa, Antonio Nogueira dos Santos, Teotônio Rocha.

A tecnologia mudou todo o aspecto da festividades. Na década de 70, a juventude esperancense, representada por alguns jovens atuantes na vida estudantil, quis dar um alento e renovar as características do casamento matuto tão celebrado nos idos tempos apagados pelas inovações das bandas musicais. A foto acima nos dá uma idéia de um semblante da mudança. O forró, rítimo representativo da festa junina, passou a ter novos costumes com bandas metálicas e sons eletrônicos, evidenciados pelo barulho ensurdecedor.

A festa junina tomou um feitio turístico, com quadrilhas ensaiadas, envolvidas com vestimentas produzidas, como se fossem blocos de carnaval. Em fim, a indústría das quadrilhas voltadas totalmente para o turismo maculou a tradição tipicamente nordestina.

sexta-feira, 11 de maio de 2018

O CHEIRO DA PANELA

Fatos e Fotos da Historia de Esperança
A Tradicional Panela de Barro


                                          Quando eu falo no cheiro da panela não significa que a panela é cheirosa ou era cheirosa, mas me refiro ao conteúdo da panela, a comida gostosa que nela cozinhava nas cozinhas simples das casas mais simples de Esperança. Todos sabiam que tipo de comida existia em cada casa, em cada panela no fogo. O fogão era de alvenaria. O fogo em brasa ardente, à base de lenha ou de carvão, fazia cozinhar a comida mais gostosa do mundo. O cheiro da panela denunciava o feijão com costela de boi, batatinha, jerimum, charque, quiabo e maxixe, tudo regado ao bom tempero, à base de coentro verde, cebola, pimentão e alho.

                                              Era assim que as donas de casa preparavam a panelada do almoço, que começava a borbulhar desde às 5,00hs da manhã. As ruas estreitas, as casas pequeninas contribuíam para que a vizinhança soubesse o que havia de bom para comer em determinada casa.

                                              Na minha infância, como na infância de dezenas de crianças de minha terra natal, ao correrem pelas calçadas e a brincarem com bola de meia, jogarem castanhas e bolas de gude, a correrem atrás das borboletas coloridas, na rua rua estreita de chão batido, de casas vizinhas, casas conjugadas de janela e porta, sentíamos o cheiro apetitoso das tradicionais panelas de barro.

                                                As panelas de cada casa eram todas iguais, pretas e velhas, queimadas pelo esfumaçar daquele fogaréu, algumas pequenas e outras maiores, dependendo da quantidade de pessoas que iam comer. A panela confeccionada artesanalmente era vendida na feira das panelas, lá no recanto do paredão do campo de futebol, como ainda hoje permanece.

                                                      Hoje,com a modernidade, o fogão a gás invadiu até todas as casas pequenas e pobres. Hoje, o cheiro da panela permanece, mas,sutilmente, deixando a desejar aquele tradicional cheiro da panela de barro, dando lugar à panela de pressão.

                                                       Nos dias de hoje, os restaurantes, para serem sofisticados e atraídos pela clientela, dão nome ao estabelecimento de "RESTAURANTE PANELA DE BARRO", outros, dão outra denominação: "RESTAURANTE PANELA DE OURO", e, até os menos afortunados frequentam aqueles lugares, na tentativa de comer o que sua mãe fazia, naquela saudosa época da infância que não volta nunca mais.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

A Primeira Escola Municipal de Esperança


Fatos e Fotos que Fizeram a  História de Esperança

Cópia do Decreto que Criou a Primeira Escola Municipal de Esperança.


                        Depois de uma batalha para a emancipação do município de Esperança e depois de instalado o governo municipal, na pessoa do então gestor municipal Manoel Rodrigues de Oliveira, o município, ainda uma vila, começou a dar os primeiros passos, tendo as primeiras iniciativas administrativas.

                   Depois de formar o quadro dos primeiros servidores municipais, como ato administrativo,  dando sequência à formação administrativa de Esperança, só dois anos depois de sua emancipação, foi criada a primeira escola municipal através de decreto, o de nº 03, de 25 de novembro de 1927, instituindo uma escola mista noturna. Até então, o município não dispunha de professores, não se sabendo onde deveria funcionar essa escola, nem quem seria o professor ou professora contratado, para tal fim.

                                    Um detalhe a ser esclarecido, quanto ao ato administrativo em comento: Esperança ainda era uma vila, não existia Câmara de Vereadores para aprovar a criação da primeira escola municipal, pois, o prefeito teria que se valer do Ato Formal, o Decreto, para administrar o novo ente público.

                                      Esperança ainda estava ligada a Alagoa Nova de onde se emancipara, adotando diversos atos copiados daquele município, até se firmar e andar com suas próprias pernas. Por exemplo, o balancete era copiado daquele município.

                                                Note-se que, ao criar a primeira escola, o texto do decreto determinava que escola seria mista e noturna, porém, sem determinar a quantidade de vagas, nem fazia alusão aos recursos a serem aplicados para o funcionamento da entidade escolar.

                                                 Vale salientar que o município de Esperança passou a respirar como verdadeiro município emancipado, administrativa e politicamente, dez anos depois, quando na segunda gestão, sob o comando de Teotônio Tertuliano da Costa, na primeira metade da década de 1930, quando edificou o passo municipal - o edífício da prefeitura, no centro da cidade, onde funciona, hoje, o INSS. A passos de tartaruga o município foi tomando fôlego

                                                     

  

                              

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

O CAMINHO DA ESCOLA

Fatos e fotos que Fizeram a História de Esperança
 Modelo do Primeiro Transporte Escolar de Esperança


Ônibus Escolares Atuais


                                         Até a década de 50 estudar era um privilégio de alguns, estudar, no sentido de ir para a escola, frequentar aulas. O lema era aprender, pelo menos, a escrever e afazer as quatro operações. Assim diziam os mais antigos. Quem conseguisse chegar ao Grupo Escola Irineu Jofilly, a primeira escola pública existente na nossa cidade, estaria de bom tamanho.

                                          O município de esperança era carente de meios de transporte para conduzir até a escola os alunos de nível primário,hoje, ensino fundamental. Aqueles estudantes que, com muita dificuldade, se deslocavam da zona rural para estudar na cidade, teria que enfrentar um longo caminho de dificuldades materiais, financeiras, além de ter um super esforço físico, para tal fim.

                                           O caminho dad escola, por mais perto que fosse,exigia de cada um vontade imensurável de aprender a ler, para que, no futuro, tivesse uma vida melhor.

                                         Assim diziam os pais daqueles sacrificados estudantes agricultores: "Estude para ser gente, algum dia!" Estudar sempre foi a meta de muitos , apesar dos métodos pedagógicos antiquados, a falta de recursos materiais, a falta de estrutura física das escolas, em fim, uma gama de desvantagens que poderiam mudar o pensamento de cada jovem.

                               Não havia transporte escolar, mas, geralmente, faziam o percurso a pé, enfrentando as intempéries do tempo, debaixo de de sol ou de  chuva, enfrentando o cansaço e a fome. Os mais afortunados iam de bicicleta, porém, nunca chegavam atrasados, fora da hora. era uma batalha, uma verdadeira via crucis.

                                              No final da década de 50, por um esforço incomum do vigário da época, padre Manoel Palmeira da Rocha conseguiu instalar instalar o ensino médio em nossa cidade, no conhecido Ginásio Diocesano de Esperança, com o intuito de que os jovens pudessem galgar um lugar melhor na sociedade, conseguir um emprego, etc.

                                          Numa fase posterior, já na década de 60, o estudante esperancense começou a ter oportunidade de se deslocar para outras cidades, principalmente Campina Grande, para prosseguir os estudos no nível médio, até alcançar o nível superior. A principal escola acolhedora dos estudantes do interior era o Colégio Estadual do Bairro da Prata, por onde passei, estudando o antigo curso clássico, preparatório dos vestibulares de ciências humanas.

                                                 Nos meados da década de 60, passamos a ter outra fase, no caminho da escola, quando começa o acesso ao transporte escolar, com o primeiro veículo doado pelo então governador Pedro Moreno Gondim, como vemos na foto acima, um carro já usado, que, na época, já tinha mais de dez anos de uso.

                                                 Os tempos passaram e, com o passar do tempo, no século XXI em que vivemos, a juventude esperancense passou a usufruir dos meios de transportes escolares, ônibus doados pelo MEC, facilitando o acesso aos caminhos da escola e a outros centros mais desenvolvidos, gratuitamente, como vemos na segunda foto acima.

           





                                             

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Fatos e Fotos que Fizeram a História de Esperança


A Igreja Mariz de Esperança e o Seu Relógio Histórico


Já lí pequenas histórias sobre a construção da Igreja Matriz de nossa cidade, a reforma do templo e sobre a inauguração do relógio posicionado na tôrre, completando mais de  setenta anos de idade.

Todos os esperancenses são testemunhas do badalar  do relógio. Para toda a população, todos os olhos não se cansaram de olhar o relógio, no sentido de saber a hora certa, nas ocasiões mais importantes, ficando,costumeiramente, atentos ao horário.

As pessoas que não possuiam relógio confiavam cegamente no relógio da Igreja, na sua precisão, durante as vinte e quatro horas do dia. Muita gente gracejava com pessoas que perguntavam as horas a alguém que tinha relógio  no braço e respondia, com ares de brincadeira: Consulte o relógio dos pobres!

Quando era criança, sonhava com o presente de Papai Noel, na noite de natal, sempre esperando que amanhecesse, no dia de Natal, um relógio em cima da minha chinela. Nunca realizei esse sonho, nunca ganhei um relógio de presente. Nas brincadeiras de meninice, desenhava um relógio no braço, com lapis de tinta azul.

Porém, naqueles idos tempos, nenhum menino de minha idade possuía relógio. O relógio que sempre estava presente na vida de todos nós era o relógio da Igreja.

O Relógio dos Ricos.

Alguns adultos que eram conhecidos como ricos, entre eles, os comerciantes tradicionais da cidade, ou, pessoas de influência no meio social, de bom poder aquisitivo, encomendavam suas calças aos alfaiates, exigindo que a calça fosse feita com dois bolsos tipo algibeira. (algibeira era um pequeno bolso que os homens usavam para portar moedas ou conduzir o relógio de algibeira, por baixo do cinto). Eram relógios automáticos, modernos, diferentes dos que se usavam antes, aqueles que só funcionavam se o dono desse corda. Quando quebravam, levavam para o concerto e, sempre era a corda do relógio que se quebrava.  

Mas, o mais interessante ou o mais importante é descrever, não somente a importância que exercia  o relógio da Igreja sobre a vida das pessoas de toda a comunidade, mas a sua utilidade  social e o seu valor romântico para a vida de cada esperancense. Do amanhecer do dia ao final da noite ele era um meio de orientação, posso dizer assim, uma bússola indispensável.

O Aspecto Romântico do Relógio da Igreja.

No dia a dia das pessoas, em que todas as atividades da sociedade, no comércio, no esporte, na vida social, no lazer, para o horário de refeições, para o horário de dormir, estudar, ler, viajar, namorar e até, para casar.

Os casais de namorados que tinham namoro fixo, marcavam horário para os encontros, sempre à noite, cedo da noite, para ir ao cinema, ou mesmo, ir para a casa da namorada. Era sempre o relógio da Matriz, sempre escutado nos quatro cantos da cidade. Se algum dos namorados falhasse ou chegasse atrasado, ela sempre perguntava, em tom de repreensão: Não ouviu o relógio da Igreja tocar, não? A resposta era sempre enrolada.

Existia sempre um horário marcante, para diversas ocasiões, á noite, era o das 8,00 hs (vinte horas). Nas décadas anteriores, principalmente a década de 50, ou, melhor dizendo, nos anos cinquenta, era costumeiro marcar algum encontro depois da missa, aos domingos, isso acontecia com os casais de namorados, com as pessoas que ouviam programas de rádio, isto é, novela pela Rádio Borborema. Outras perguntavam a outras, dentro de casa, já ouviste se o relógio da Igreja já deu oito horas? Se alguém possuía relógio de pulso, não confiava no seu relógio, conferia pelo relógio da Igreja.
 Conferindo o horário, dizia: Este meu relógio é bom demais, sempre está com a hora igualzinha ao da Igreja.

O Avanço da Tecnologia.

Ninguém podia comprar um relógio, pois, era objeto de luxo, negócio de gente rica. E, os ricos só compravam relógio OMEGA, a marca mais famosa.

Pois bem, com o desenvolvimento tecnológico, o surto industrial, o aumento do poder aquisitivo da população, o desenvolvimento social, o relógio da Igreja começou a ficar em desuso, no esquecimento da população. A cidade foi crescendo, foram surgindo os bairros mais distantes, as pessoas residindo em lugares mais afastados, a ponto de não se escutar mais o relógio da Igreja tocando. Parece que ficou uma voz clamando no deserto.

Daí,começou a ingratidão. Todo mundo de relógio no braço, achando que o relógio da Igreja não presta mais. Se o coitado falhar, atrasar a hora,  dizem logo, o relógio da Igreja está doido, não adianta mais nem olhar para êle.

Mas, mesmo assim, êle continua incansável, persistindo às intempéries do tempo, marcando o tempo. marcando a hora de todas as pessoas fazerem refeição, de irem para a escola, de ouvir o canto da hora do Ângelo, às seis da tarde, e, esperar pela novela das oito e, ainda, anunciar a hora de dormir. 

A vida Noturna da Cidade.

Na década de quarenta, a energia elétrica de Esperança era movida por um motor, que funcionava por traz da casa de seu Antonio Gomes da Rocha, (Antonio de Epitácio) e o local em que funcionava aquele motor ficou conhecido como usina de luz.

O Prefeito da época determinou por decreto que a usina só funcionasse até as vinte quatro horas (meia noite), antes,fechava às 22,00 hs. Dizia, ainda, aquele decreto municipal que o motor começasse a funcionar às 18,00hs e, durante o inverno, às 17,00hs. Era sempre o relógio da Igreja que comandava. Com esse novo horário de funcionamento, a cidade passou a dormir mais tarde .